quinta-feira, 28 de março de 2013

Deixe eu lhe contar sobre as minhas tardes.

Prefiro aquelas tardes frias com cheiro de café, especificamente a hora em que a luz do sol ainda consegue entrar pela janela tentando iluminar minha área de trabalho enquanto se despede no horizonte. É nessas tardes que minha vontade de desenhar costuma surgir inexplicavelmente. Tal vez pelo simples fato de gostar daquele momento em particular. Não sei. Mas sei que essas tardes de café com tédio misturados com traços que tentam definir uma forma agradável numa folha qualquer, costumam passar rápido, e as horas parecem desaparecer a cada gole de café.




Normalmente a música acaba sendo o gatilho de uma arma apontada para mim, pronta para disparar um projétil de inspiração que possa entrar na minha mente. Fazendo com que as idéias na minha cabeça jorrem percorrendo meu braço, se direcionando para a ferramenta na minha mão que traça os sentimentos na superfície da folha antes em branco.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Open your eyes...


Há quanto tempo tenho vivido nessa mentira reconfortante?
Vivendo nesse mundo cheio de imperfeições e fechando meus olhos para tudo aquilo que eu não queria ver, dando atenção apenas para as coisas bonitas nele. Nunca parei pra pensar que é nessas coisas que ignoro onde eu deveria focar a minha atenção, pois são as partes ruins e imperfeitas que devem ser mudadas!
Fechei meus olhos durante muitos anos por achar reconfortante viver no pais das maravilhas, sendo que nada do que eu havia projetado em minha mente era de fato real. Ver o que realmente se passa do lado de fora de meu mundinho “perfeito” me motivou a fazer com que as pessoas à minha volta sejam capazes de ver o mesmo que eu, pois sei que sozinha não consigo mudar o sistema falho no qual vivemos.

- Daniela A. Medina



segunda-feira, 18 de março de 2013

Ser ou não ser...?

Vejo sempre a mesma imagem:
Eu, sentado confortavelmente num sofá situado perto de uma janela grande por onde a luz da lua cheia consegue entrar e iluminar aquela sala vazia, fumando um cigarro enquanto bebo uma xícara de café, olhando para o nada. Mas a pessoa ali sentada não sou eu. Ele tem meus olhos, meu rosto, o mesmo jeito de se sentar e ate os mesmos gestos que eu.... mas não sou eu dentro daquele corpo. Ele é tudo que eu não sou, tudo aquilo que eu escondo de mim e do resto do mundo. É alguém que eu não conheço de verdade, porque nunca procurei conhecer... nunca lhe dei a chance de viver fora dos limites que meu bom senso lhe colocou. Eu o mantenho ali trancado, sem ter ideia do que ele é capaz... sem saber se ele é bom ou ruim.

Sem saber se posso controlá-lo ou se essa parte do meu ser vai tomar conta de mim por completo.
Tal vez eu seja uma pessoa ruim tentando ser alguém bom. Escondendo a raiva dentro de mim. Confiando nas pessoas, mesmo sabendo que não merecem nem o meu respeito. Insistindo em querer ver apenas o que há de bom nelas, quando nem elas são capazes de enxergar sua própria bondade.
Tal vez essa raiva que eu escondo dentro de mim seja minha verdadeira identidade. E eu sou apenas a ilusão de querer ser alguém melhor do que ela.

sábado, 16 de março de 2013

Hey, você. Sim, você mesmo...

Preste atenção. Consegue ver?
Consegue ver o final da tarde chegando pela janela do corredor? Na tua frente há uma porta de madeira trabalhada que exala um cheiro de nostalgia. Ao olhar pra maçaneta, um sorriso é desenhado no teu rosto, pois você sabe o que tem do outro lado. Você entende que atras daquela porta está teu momento de paz e reflexão. O som que ela faz ao abrir é acompanhado pelo aroma do café que invade aquele pequeno quarto.  Ali no canto se encontra a poltrona onde você costuma descansar teu corpo e tua mente, bem ao lado da mesinha de madeira que parece manter tua xícara de café em segurança. Você consegue sentir o calor vindo da lareira a cada passo que te aproxima da tua poltrona, e ao mesmo tempo não consegue deixar de notar o sol se despedindo, dando seu ultimo toque alaranjado nas folhas da árvore que se encontra do outro lado da janela. Ao se sentar na poltrona consegue sentir o mundo inteiro ir embora. Tuas preocupações se desvanecem  junto com o vapor do café, enquanto você saboreia o primeiro gole do teu vício. Sinta o gosto da saudade e nostalgia invadindo teu corpo enquanto admira as artes e fotos penduradas na parede. São lembranças enquadradas e guardadas como tesouros. Mil pensamentos invadem tua mente, e ouve risos dos melhores momentos da tua vida se misturando com o som do crepitar do fogo na lareira. As paredes não te impedem mais de ir aonde você desejar. Teus pés não tocam mais o chão. Agora você está numa ilha onde teus pensamentos podem preencher cada pedaço dela, e cada pedra que alguma vez esteve no teu caminho se encontra ali, como uma lembrança de tudo aquilo que você já superou um dia. O som das ondas trazem consigo o som do silêncio, e o vento que beija as folhas também beija o teu rosto.


Ali estão todas as respostas que você procura. Naquele quarto confortável e somente teu, onde consegue encontrar a paz. No único momento em que você pode conversar consigo mesmo e descobrir coisas que irão te impressionar.
Ali... dentro de você... vai encontrar a paz, e consequentemente as respostas sobre a vida e sobre tudo aquilo que ainda tem dúvidas.

Quanto tempo...

Fica ai... não fala nada.

Fique com as lembranças de velhos amigos e momentos inesquecíveis. Não precisamos dizer nada pra saber o quanto foi importante. Não precisamos nos ver todos os dias para saber que sentimos falta do passado.


Não fale nada. Pois a felicidade de rever um velho amigo é tão grande, que da medo de expressar em palavras o quanto nos faz bem ver as lembranças de uma amizade num sorriso que não víamos há tempo.

Apenas sorria. Deixa eu ver o quanto nos divertimos no passado.


Gosto de me espelhar em pessoas, não Deuses.



Existem pessoas, poucas pessoas no seu Facebook que você admira. Acompanha as coisas que elas costumam postar: idéias, frases e tudo aquilo que possa definir uma personalidade oculta que ate mesmo nós costumamos esconder fora da nossa vida virtual.
São essas poucas pessoas que muitas vezes fazem valer a pena uma pequena olhada no feed de notícias. São esses posts que fazem você se sentir melhor ou te levam a um pensamento mais profundo em relação a determinado assunto. Mas por que sempre acompanhamos de longe? Por que não uma conversa normal entre duas pessoas e descobrir realmente como são essas pessoas e o que pensam da vida?
Tal vez porque queremos lidar com exemplos. Queremos saber do tipo de pessoas que elas almejam ser, e não do que ainda são. Todos nós procuramos ser pessoas melhores, exemplos de vida... mas ainda estamos presos a idéias e ideais que, durante os anos, foram definindo nossa forma de agir em relação ao mundo e às nossas decisões. Vivemos com medo do que pode acontecer se escolhermos errado. Vivemos com medo de perder a nossa "estabilidade", medo de perder esses falsos amigos que iriam embora depois de ouvir "eu não acredito em Deus". E digo falsos, porque amigos de verdade não julgam, não se importam com a tua religião ou a falta dela.

Então diga o que você pensa, sem medo. Fale o que tem vontade de fazer sem se importar em agradar os outros. E então, vai ter amigos de verdade ao seu lado, e provavelmente vai ter muitos mais ao expressar o que realmente pensa

 .

terça-feira, 5 de março de 2013

Quem é você?


Desculpe. Tenho ficado ausente por tanto tempo, que nem sei ao menos como voltar ao meu lugar.
Fica difícil recomeçar a moldar sua personalidade, quando abandonou boa parte da sua imaginação por tanto tempo.



Antes, conseguia sentir o cheiro do meu café se misturando com meus pensamentos e traçando as linhas que ilustram tudo aquilo que eu sinto, ou acho que sinto. Mas agora, meu café esfria, e eu me perco em pensamentos enquanto a folha continua em branco.

Tenho tentado me motivar através da ilusão do dinheiro. Mas o dinheiro não motiva a alma, se é que tenho uma. Minha única motivação vem da capacidade de poder criar alguma coisa. Mas de nada vale criar algo sem propósito... ou vale?
Tal vez o propósito da minha arte seja apenas manter minha sanidade. Expressar o que sinto sutilmente, ao invés de me deixar explodir com atitudes e palavras que possam ser mal-entendidas.

A arte, é minha válvula de escape.